martes, 11 de septiembre de 2018

Sou preto, mas não sou ladrão




Dentre tantas frases elaboradas, a sua despertou a necessidade de comunicar-me com você. Então, por meio dessa carta espero compartilhar conhecimentos que adquiri no decorrer dos meus 23 anos.
Sua frase diz “Sou preto, mas não sou ladrão”.
De início fiquei incomodada com o “mas” da frase. Porque estaria ali?
Ao falar, não nos damos conta de que essa palavra, o “mas” nessa frase, significa uma exceção, uma justificativa... Um preconceito. Obviamente não foi a intenção, mas você consegue perceber?
Para ficar mais compreensivo, você já ouviu um “Sou branco, mas não sou ladrão”, possivelmente não, né? E por que não?
Esse discurso é uma construção social. A sua frase é, claramente, uma defesa, o resultado de várias experiências que você teve e que por isso, está constantemente, se reafirmando como cidadão de bem. Dessa forma, entendo sua frase.
Mas, vamos fazer o seguinte. Seja crítico com aquilo que você escuta/fala e lembre-se sempre que “Você não é aquilo que as pessoas dizem que você é” e que apesar da sociedade racista que estamos inseridos, você não precisa se reafirmar o tempo todo, mas sim lutar pelos seus direitos como cidadão parte de uma sociedade democrática.
Espalhar suas conquistas e incentivar outros e outras jovens a fazerem o mesmo contribuirá para o desenvolvimento de indivíduos engajados na mudança social, em direção a uma sociedade mais justa.
Deixo como reflexão uma frase muito sábia, do grande Nelson Mandela.

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar.”


Com Carinho.

1 comentario:

  1. Caro escritor
    Acredito que a luta pelos direitos iguais deve ser o objetivo de todos da sociedade democrática e não somente dos que ainda precisam se “reafirmar o tempo todo” por continuar vivenciando situações de preconceitos. A luta é nossa, ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, de alguma forma, nos enquanto sociedade temos alimentado essas condutas.
    A luta continua.
    Abraços.

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