Dentre
tantas frases elaboradas, a sua despertou a necessidade de comunicar-me com
você. Então, por meio dessa carta espero compartilhar conhecimentos que adquiri
no decorrer dos meus 23 anos.
Sua
frase diz “Sou preto, mas não sou
ladrão”.
De
início fiquei incomodada com o “mas”
da frase. Porque estaria ali?
Ao
falar, não nos damos conta de que essa palavra, o “mas” nessa frase, significa
uma exceção, uma justificativa... Um preconceito. Obviamente não foi a
intenção, mas você consegue perceber?
Para
ficar mais compreensivo, você já ouviu um “Sou
branco, mas não sou ladrão”, possivelmente
não, né? E por que não?
Esse
discurso é uma construção social. A sua frase é, claramente, uma defesa, o resultado
de várias experiências que você teve e que por isso, está constantemente, se
reafirmando como cidadão de bem. Dessa forma, entendo sua frase.
Mas,
vamos fazer o seguinte. Seja crítico com aquilo que você escuta/fala e
lembre-se sempre que “Você não é aquilo
que as pessoas dizem que você é” e que apesar da sociedade racista que
estamos inseridos, você não precisa se reafirmar o tempo todo, mas sim lutar
pelos seus direitos como cidadão parte de uma sociedade democrática.
Espalhar
suas conquistas e incentivar outros e outras jovens a fazerem o mesmo
contribuirá para o desenvolvimento de indivíduos
engajados na mudança social, em direção a uma sociedade mais justa.
Deixo
como reflexão uma frase muito sábia, do grande Nelson Mandela.
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de
sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se
podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar.”
Com Carinho.
Caro escritor
ResponderEliminarAcredito que a luta pelos direitos iguais deve ser o objetivo de todos da sociedade democrática e não somente dos que ainda precisam se “reafirmar o tempo todo” por continuar vivenciando situações de preconceitos. A luta é nossa, ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, de alguma forma, nos enquanto sociedade temos alimentado essas condutas.
A luta continua.
Abraços.