martes, 11 de septiembre de 2018

só porque eu sou pobre, não posso sonhar em ser bem sucedido







“#só porque eu sou pobre, não posso sonhar em ser bem sucedido#”.
Prezado aluno do IFSP,

            Não é de hoje que se configura a abrasadora luta de classes. Desde a Revolução Francesa, vimos crescer essa peleja por melhores condições de vida. Talvez isso que esteja incomodando a você, certamente tem instigado muitos estudiosos e pensadores que, ao longo dos séculos, vêm buscando respostas, e quiçá soluções, para este questionamento em particular.
            Segundo François Dubet, “Poderíamos alongar indefinidamente a lista das “novas” desigualdades, conscientes de que sempre correríamos o risco de contrariar esse ou aquele grupo por não reconhecê-lo como vítima de desigualdades. Mas a análise dessas múltiplas desigualdades transformou sensivelmente o olhar dos sociólogos, porque a maioria delas não se reduz nem ao berço nem à posição de classe, mas resulta da conjugação de um conjunto complexo de fatores, aparecendo mesmo, muitas vezes, como o produto, mais ou menos perverso, de práticas ou políticas sociais que têm como objetivo justamente limitá-las”.
            Por essa via, podemos perceber que pelo sistema atual em que vivemos, somos levados a acreditar que, se somos fracassados é porque não nos esforçamos o suficientemente para alcançar os méritos necessários para sermos “bem sucedidos”. Assim, na visão de Dubet “Como, desde o nascimento, os indivíduos não eram considerados iguais perante a
educação, os insucessos escolares podiam ser facilmente explicados por
causas sociais, pela injustiça do sistema e, às vezes, pelas injustiças ‘naturais’,
sendo as crianças do povo consideradas menos “dotadas” e menos ‘ambi-
ciosas’ que as da burguesia. A ‘vantagem’ de tal sistema era a de não ques-
tionar a autoestima dos alunos sem acesso às carreiras mais valorizadas
que, aliás, não eram feitas para eles”.
            Embora ele esteja citando uma situação esporádica na França, isso não nos impede de relacionarmos com o sistema social e educacional brasileiro.
            Entretanto, ainda temos visto organizações que prezam pelo ensino público e de boa qualidade. Muitos profissionais que se engajam em causas sociais as quais buscam, dentro das possibilidades, melhores condições de vida e de educação para todos. Um bom exemplo são as Comunidades de aprendizagem as quais oferecem uma proposta de transformação social e cultural que envolve alunos, professores, pais e demais cidadãos locais na construção de um projeto educativo e cultural próprio, pautada na troca de conhecimentos.
            Todos têm muito para aprender, mas, sem dúvida, muito mais para ensinar. Se você, caro aluno, já tem essa visão crítica de mundo, sem dúvida, já deu o primeiro passo para ser sim “bem sucedido”.
            Boa sorte! 

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