martes, 11 de septiembre de 2018

Sou preto mas não sou Ladrão





Frase: “Sou preto mas não sou Ladrão”

Caro aluno,

Alguns estereótipos negros que encontramos em nossa sociedade têm ligação direta com a história de nosso país. No século XVI, Portugal encontrava-se na posição de metrópole e uma de suas colônias era o nosso território que, mais tarde constituiria, o Brasil. Para que a exploração da colônia fosse altamente lucrativa, seria necessária mão-de-obra barata e abundante para trabalhar na extração de recursos naturais. Pensando nisso, uma das soluções encontradas foi a utilização de escravos negros, muitas vezes trazidos da áfrica através do tráfico negreiro. Tal prática era justificada pela ideia de superioridade da raça branca sobre a raça negra. Essa ideologia foi, aos poucos, permeando a sociedade brasileira de forma que, mesmo após a abolição da escravidão com a Lei Áurea em maio de 1888, o negro continuou sendo visto com inferioridade em relação ao branco.
            Se por um lado a Lei Áurea deu aos negros a liberdade, por outro deu início a um problema social muito grave. Os negros agora “livres” e, em grande parte, sem escolaridade alguma, enfrentavam uma sociedade extremamente racista, pautada na superioridade do branco. Assim, existia uma dificuldade muito grande do negro em se inserir nessa nova sociedade uma vez que este encontrava-se limitado a realizar trabalhos manuais para sobreviver, perpetuando sua condição de pobre e marginalizado. Vemos o reflexo desses acontecimentos ainda hoje: boa parte das famílias de baixa renda é composta por negros e pardos. A associação que é feita por algumas pessoas é a seguinte: boa parte dos negros e pardos são pobres, e a pobreza está associada à criminalidade; portanto, pessoas de pele escura são criminosas. Essa é uma forma preconceituosa e genérica de ver o problema criminal brasileiro. Existem criminosos brancos, negros, pardos, indígenas, e de qualquer outra etnia existente. A condição de criminoso está associada à pessoa, e não a um grupo étnico. Portanto, faço das minhas as suas palavras: “Ser preto não significa ser ladrão”.



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