martes, 11 de septiembre de 2018

me chamaram de VIADO, eu disse "não sou viado, sou LGBT"



Carta devolutiva sobre a frase: "Me chamaram de viado, eu disse "não sou viado, sou LGBT".

Olá!
            Sua mensagem me chamou a atenção e gostaria de comentá-la, trazendo informações que podem ajudá-lo (a) a esclarecer as pessoas a seu entorno e a compreender este movimento, cuja luta não é só sua, mas fortalece-se no plano coletivo.
            O movimento gay começou a organizar-se no final da década de 1970, quando outros grupos sociais também articulavam-se, em defesa da visibilidade e pela luta por direitos civis. Desde esta época (até hoje), a luta era/ é árdua e passa pela desconstrução dos parâmetros da homossexualidade, que é uma construção social e como tal, pode ser ressignificada histórica e culturalmente.
            Estudiosos no campo da homossexualidade, ressaltam que  o objeto da luta não é a repressão, mas a cultura brasileira. Este preconceito surge por um processo histórico e social, de uma mentalidade pautada em tabus que é transmitida geracionalmente. Contudo, muitas concepções se modificam e, desta forma, o processo educacional é uma via potente de ação, que objetiva a formação de novas gerações de sujeitos responsáveis por mudanças de visões, posturas, hábitos e transformação de pessoas a partir de um conhecimento de si e do mundo.
            Estes desafios ainda estão presentes. A mudança da mentalidade social é morosa, contudo, cada palavra e ação em prol deste movimento, atinge pessoas, e aos poucos, a cultura se modifica, por meio do esclarecimento e da educação. Coletivamente, ampliamos a força de ação. Compartilho a experiência de coletivos sobre o movimento feminista e LGBT na UNESP/Araraquara, como um exemplo positivo de articulação. Há reuniões periódicas para discussão destes temas e até a "semana da sexualidade".
            Este movimento vem constituindo-se como um espaço importante na luta por direitos, por visibilidade, por emancipação e por justiça, em prol da mudança cultural. Você representa outros milhões de pessoas que merecem e tem o direito de serem ouvidas e respeitadas.
                Segundo Ferrari (2007, p. 351), "como lembra Boaventura Santos, quem questiona sobre sua identidade está questionando o seu lugar no mundo e o lugar dos outros". Questionar é importante, em qualquer âmbito. Isto nos mantém vivos enquanto cultura, história e enquanto sociedade.
            Abraços e força nesta luta, que é de todos e de todas nós!
Referência: FERRARI, Anderson. Sexualidade: Revisando o passado e construindo o presente: o movimento gay como espaço educativo. In. BRASIL. Educação como exercício de diversidade. Brasília: UNESCO/MEC/ANPEd, 2007 p. 349. Disponível em: <file:///C:/Users/Maria%20Carolina/Downloads/Educa%C3%A7%C3%A3o%20como%20exerc%C3%ADcio%20de%20diversidade.pdf>. Acesso em: 26/08/2018.

No hay comentarios:

Publicar un comentario