martes, 11 de septiembre de 2018

Me chamam de "viado", eu disse não sou viado sou LGBT




Suponhamos que na vida as pessoas tenham duas opções. Na primeira, elas são aceitas por suas famílias, por seus amigos, tem aceitação das religiões predominantes e podem andar tranquilamente pelas ruas. Na segunda opção, elas não podem sair de casa, a sociedade as despreza, muitas religiões as rotulam como aberração e elas podem ser vítima de violência simplesmente por existir. Quem escolheria a segunda opção?
            Muita gente ainda discute sobre a homossexualidade como ela fosse passível de correção, um problema clínico a ser solucionado. Essa ideia é fruto de aspectos histórico-sociais relacionados a relações de poder, principalmente após a ascensão do cristianismo, que condenou a prática homossexual como ofensa a Deus.
            Movimentos sociais começaram a se organizar a partir de 1970 para reivindicar a igualdade de direitos e lutar contra a homofobia. A homofobia é a expressão de um ódio, de uma intolerância que se aprende. O reconhecimento que a homossexualidade não é uma opção já é algo favorável na luta contra o preconceito.
            A sexualidade se impõe, não é possível escolher. Aqueles que dizem que a homossexualidade é um desvio, o fazem por ignorância, pois se assim fosse, ela seria exclusividade dos seres humanos, e há estudos em que a homossexualidade é documentada praticamente em todos os animais. A homossexualidade é um tipo de comportamento sexual e merece o mesmo respeito que a heterossexualidade.
            Os movimentos sociais foram de extrema importância para trazer a questão da homossexualidade para o debate atual, lutando pela defesa da visibilidade, pela desconstrução de estereótipos e de cidadania plena para a comunidade LGBT. Questões de representatividade, direitos, respeito e autoafirmação são bandeiras de luta desses grupos, que vão aos poucos, acumulando conquistas.
            As atitudes de autoaceitação, reconhecer seus desejos, não aceitar apelidos pejorativos, agrega força a todos que estão na luta contra a herança estereotipada, preconceituosa e vigilante que infelizmente, ainda interfere nos valores sociais contemporâneos.
           
Referência:

FERRARI, Anderson. Revisitando o passado e construindo o presente: o movimento gay como espaço educativo. In: Educação como exercício de diversidade. – Brasília : UNESCO,
MEC, ANPEd, 2005.

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