Suponhamos
que na vida as pessoas tenham duas opções. Na primeira, elas são aceitas por
suas famílias, por seus amigos, tem aceitação das religiões predominantes e
podem andar tranquilamente pelas ruas. Na segunda opção, elas não podem sair de
casa, a sociedade as despreza, muitas religiões as rotulam como aberração e
elas podem ser vítima de violência simplesmente por existir. Quem escolheria a
segunda opção?
Muita gente ainda discute sobre a
homossexualidade como ela fosse passível de correção, um problema clínico a ser
solucionado. Essa ideia é fruto de aspectos histórico-sociais relacionados a
relações de poder, principalmente após a ascensão do cristianismo, que condenou
a prática homossexual como ofensa a Deus.
Movimentos sociais começaram a se
organizar a partir de 1970 para reivindicar a igualdade de direitos e lutar
contra a homofobia. A homofobia é a expressão de um ódio, de uma intolerância
que se aprende. O reconhecimento que a homossexualidade não é uma opção já é
algo favorável na luta contra o preconceito.
A
sexualidade se impõe, não é possível escolher. Aqueles que dizem que a
homossexualidade é um desvio, o fazem por ignorância, pois se assim fosse, ela
seria exclusividade dos seres humanos, e há estudos em que a homossexualidade é
documentada praticamente em todos os animais. A homossexualidade é um tipo de
comportamento sexual e merece o mesmo respeito que a heterossexualidade.
Os movimentos sociais foram de
extrema importância para trazer a questão da homossexualidade para o debate atual,
lutando pela defesa da visibilidade, pela desconstrução de estereótipos e de
cidadania plena para a comunidade LGBT. Questões de representatividade,
direitos, respeito e autoafirmação são bandeiras de luta desses grupos, que vão
aos poucos, acumulando conquistas.
As atitudes de autoaceitação, reconhecer
seus desejos, não aceitar apelidos pejorativos, agrega força a todos que estão
na luta contra a herança estereotipada, preconceituosa e vigilante que
infelizmente, ainda interfere nos valores sociais contemporâneos.
Referência:
FERRARI,
Anderson. Revisitando o passado e
construindo o presente: o movimento gay como espaço educativo. In: Educação
como exercício de diversidade. – Brasília : UNESCO,
MEC, ANPEd,
2005.
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