martes, 11 de septiembre de 2018

Meu nome não é psiu






Sobre a frase “Meu nome não é psiu” , posso afirmar que entre os homens é um equívoco muito comum confundir assédio com flerte. O homem que está imerso na cultura do estupro costuma consciente ou inconscientemente reproduzi-la como algo natural da “boa convivência” ignorando que esse suposto flerte pode estar representando de fato uma violência.

O fato de não haver, especificamente, o contato físico não tira a aura constrangedora ou traumática que uma situação como esta pode gerar. É comum ouvirmos relatos de que uma mulher se privou de fazer algo de que gosta por medo de assédio. Isto, além de significar uma forma de segregação, só reitera o imaginário social de que o corpo da mulher é público, e, como tal pode ser tocado sem a devida permissão.

É costumeiro achar que a violência sexual ocorre com maior frequência em ruas escuras e ambientes inóspitos. No entanto, a realidade mostra que esta violência é mais corriqueira no cotidiano urbano ou dentro das próprias famílias. Sendo assim, a ameaça está mais perto do que o imaginário popular descreve.

A objetificação e hipersexualização do corpo feminino, fruto de uma educação ultrapassada e machista, representa um maior agravante desse cenário. Isto se potencializa ainda mais se colocarmos em primeiro plano o corpo da mulher negra.

Portanto, nós, homens,  precisamos  olhar para nós mesmos e refletir sobre as nossas atitudes buscando desnaturalizar o problema num esforço coletivo em desconstruir essa masculinidade, arcaica, que é passada adiante como cultura. E o papel da educação é de extrema importância nesse processo.

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