Sobre a frase “Meu
nome não é psiu” , posso afirmar que entre os homens é um equívoco muito comum
confundir assédio com flerte. O homem que está imerso na cultura do estupro
costuma consciente ou inconscientemente reproduzi-la como algo natural da “boa
convivência” ignorando que esse suposto flerte pode estar representando de fato
uma violência.
O fato de não
haver, especificamente, o contato físico não tira a aura constrangedora ou
traumática que uma situação como esta pode gerar. É comum ouvirmos relatos de
que uma mulher se privou de fazer algo de que gosta por medo de assédio. Isto,
além de significar uma forma de segregação, só reitera o imaginário social de
que o corpo da mulher é público, e, como tal pode ser tocado sem a devida
permissão.
É costumeiro achar
que a violência sexual ocorre com maior frequência em ruas escuras e ambientes
inóspitos. No entanto, a realidade mostra que esta violência é mais corriqueira
no cotidiano urbano ou dentro das próprias famílias. Sendo assim, a ameaça está
mais perto do que o imaginário popular descreve.
A objetificação e
hipersexualização do corpo feminino, fruto de uma educação ultrapassada e
machista, representa um maior agravante desse cenário. Isto se potencializa
ainda mais se colocarmos em primeiro plano o corpo da mulher negra.
Portanto, nós,
homens, precisamos olhar para nós mesmos e refletir sobre as
nossas atitudes buscando desnaturalizar o problema num esforço coletivo em
desconstruir essa masculinidade, arcaica, que é passada adiante como cultura. E
o papel da educação é de extrema importância nesse processo.
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