martes, 11 de septiembre de 2018

O lugar dela é na cozinha. E lugar de gente sem senso? Será que já inventaram?






Cara autora da frase: “O lugar dela é na cozinha. E lugar de gente sem senso? Será que já inventaram? ”,
 Começo esta carta afirmando estar de acordo com suas palavras. O Brasil ainda é um país extremamente machista, patriarcal, racista, homofóbico, mas se usa de falsas roupagens para dizer que isso não é verdadeiro. Penso que a explicação para a origem do pensamento por você contestado pode ser buscada na história.
Simone de Beauvoir no começo de seu livro: “Segundo Sexo” explicou que a origem da desigualdade entre homens e mulheres teria começado com a divisão do trabalho, isso no início da história da humanidade. A história do Brasil também fora extremamente marcada pela submissão das mulheres.  Se pensarmos no Período Colonial, os homens, em geral, eram incentivados a iniciar sua vida sexual antes do casamento, enquanto, as mulheres tinham que permanecer virgens. Além disso, sabemos que as mulheres negras e escravizadas eram muitas vezes abusadas sexualmente e moralmente, pelos donos de engenho. As mulheres casadas com estes homens, muitas vezes sabiam desta situação, mas não tinham direito à contestação. Ao mesmo tempo, algumas destas vingavam à atitude de seus maridos, nas mulheres negras escravizadas, que como já dito, haviam sido vítimas da violência sexual!
Uma das primeiras formas de inserção das mulheres brasileiras no mercado de trabalho foi por meio da docência. Observe que aqui, quando nos referimos às mulheres, estamos falando das oriundas de famílias privilegiadas. Até hoje, se você observar verá que a profissão docente é predominantemente composta por mulheres, cujos salários são baixos, se comparados à outras profissões que também exigem ensino superior. Além disso, ainda hoje, a história da ciência é pouco vinculada à figura das mulheres e a educação ainda não é de acesso à todas (basta lembrarmos da luta de Malala).
Penso a escola como local privilegiado na mudança de mentalidade da população, ainda que com projetos como o “Escola sem partido” seu papel de formação do sujeito crítico venha sendo de difícil execução.  A proposta de atividade do IFSP, neste sentido, mostra-se uma atitude necessária e corajosa.
Movimentos sociais como o feminismo, assim como o conhecimento e a problematização de atitudes que inferiorizam o papel da mulher na sociedade são importantes neste processo de rompimento de uma visão natural da divisão do trabalho.
Agradeço pela atenção e oportunidade de reflexão,

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