martes, 11 de septiembre de 2018

Bro, não foram os negros que criaram a divisão de raças, bro






Bro, não foram os negros que criaram a divisão de raças, bro”

Há atualmente uma abertura de diálogos e espaços de fala direcionados, ou mesmo tomados, para e pelas chamadas minorias (que são minorias em direitos consolidados, não em números, pois essas minorias são uma imensa parcela da população brasileira). É o caso dos negros e de outros grupos étnicos/raciais, como os descendentes dos povos originários que, historicamente, sofreram e vem sofrendo as mais diversas violências, físicas ou não, de forma direta ou indireta, presente de maneira quase palpável ou nas pequenas sutilezas, nos mais variados ambientes e espaços, inclusive aqueles que se propõem livres e/ou democráticos. A escola, nesse sentido, é um desses ambientes. Mesmo com todas as conquistas e os avanços alcançados relacionados à ciência, à tecnologia, às humanidades e demais áreas, ainda há muito pelo o que lutar e desmistificar. As lutas devem alcançar a esfera pública e política, incluindo a escola e a educação como um todo, por espaços, visibilidade, mudança de tratamento, respeito e oportunidades, reais e de cunho estrutural, para além de medidas paliativas e superficiais, mesmo considerando de vital importância àquelas tomadas como especiais e/ou provisórias/temporárias, desde que promovam ou busquem promover mudanças verdadeiras. Nesse sentido, a título de exemplo, as atuais ações/políticas afirmativas, das quais fazem parte as cotas raciais, são de extrema importância, pois evidenciam problemas e injustiças históricas, visto que nosso país possui uma dívida histórica e impagável para com os negros. Não foram estes os precursores ou causadores das mazelas sociais, mas sim os mais atingidos pelo abandono e exclusão de um Estado omisso e opressor, que relegou seus próprios filhos à exploração de uma elite racista e preconceituosa, cujos frutos ainda são visíveis hoje. Talvez justamente por isso que a visibilidade, a mobilização e o empoderamento negro, cada vez mais pungente, cause tanto incômodo para muitos, pois revela ou escancara a sua própria pequenez, as suas limitações e os seus preconceitos. Assim, a entrada e a permanência em número cada vez maior de negros e negras em todas as áreas, espaços e níveis sociais e de educação, sobretudo naqueles mais elitizados, representa um avanço sem precedentes, um movimento de luta e de resistência, resultado de conquistas que devem ser mantidas, incentivadas, reproduzidas e aprofundadas.

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