Olá,
Vivemos
numa era de violências relacionadas a questões de gênero, raça, religião,
sexualidade, entre outras. São motivadas todos os dias pela mídia e não nos
damos conta de que somos responsáveis pela sua reprodução. A liberdade de
expressão traz em letras de músicas como o funk e o sertanejo moderno a
reprodução da cultura machista e a desvalorização da mulher. Músicas como
“Aquecimento das Potrancas” e “Ai, se eu te pego” aparecem em bailes, festas e
eventos populares, e infelizmente nenhuma crítica a esse tipo de violência à
imagem da mulher é apresentada pela mídia ou mesmo discutida nas escolas com
nossos jovens.
A frase “Cê tá Potranca,
hein!?” é
uma expressão bastante conhecida e disseminada na cultura gaúcha,
principalmente no meio rural, e refere-se à mulher como “gostosa”, objetificada,
ou seja, apta a ser tomada por um homem para satisfação de suas fantasias sexuais
de forma brutal, à semelhança da cópula dos animais.
Temos
que nos atentar às suas reproduções e lutar contra a cultura machista. O maior
número de feminicídios acontece na área rural, onde o machismo é perpetuado há
séculos. São crimes brutais que expõem a mulher como mais uma propriedade do
homem, em vez de uma pessoa com direitos e merecedora de respeito. A luta pelos
direitos da mulher, tal como as lutas dos discriminados em função de etnia,
orientação sexual ou outro motivo qualquer, deve começar desde a menor
manifestação, ou seja, deixando de encarar, de uma vez por todas, algumas expressões
apenas como costumes populares inofensivos, brincadeiras inocentes.
A
fase do incontestável terminou, as mulheres estão botando a boca no mundo e
lutando pelo seu direito de igualdade. No entanto, o desafio é muito grande. É
necessário combater a cultura de submissão feminina tanto com punições legais
mais enérgicas como com a conscientização da sociedade na própria mídia de
massas, na escola, nos ambientes de trabalho e nas ruas. Só assim teremos uma
era de justiça, paz e melhoria nas relações e realizações humanas.
#nãoénão.
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