martes, 11 de septiembre de 2018

Cê tá Potranca, hein!?




Olá,
Vivemos numa era de violências relacionadas a questões de gênero, raça, religião, sexualidade, entre outras. São motivadas todos os dias pela mídia e não nos damos conta de que somos responsáveis pela sua reprodução. A liberdade de expressão traz em letras de músicas como o funk e o sertanejo moderno a reprodução da cultura machista e a desvalorização da mulher. Músicas como “Aquecimento das Potrancas” e “Ai, se eu te pego” aparecem em bailes, festas e eventos populares, e infelizmente nenhuma crítica a esse tipo de violência à imagem da mulher é apresentada pela mídia ou mesmo discutida nas escolas com nossos jovens.  
A frase “Cê tá Potranca, hein!?” é uma expressão bastante conhecida e disseminada na cultura gaúcha, principalmente no meio rural, e refere-se à mulher como “gostosa”, objetificada, ou seja, apta a ser tomada por um homem para satisfação de suas fantasias sexuais de forma brutal, à semelhança da cópula dos animais.
Temos que nos atentar às suas reproduções e lutar contra a cultura machista. O maior número de feminicídios acontece na área rural, onde o machismo é perpetuado há séculos. São crimes brutais que expõem a mulher como mais uma propriedade do homem, em vez de uma pessoa com direitos e merecedora de respeito. A luta pelos direitos da mulher, tal como as lutas dos discriminados em função de etnia, orientação sexual ou outro motivo qualquer, deve começar desde a menor manifestação, ou seja, deixando de encarar, de uma vez por todas, algumas expressões apenas como costumes populares inofensivos, brincadeiras inocentes.
A fase do incontestável terminou, as mulheres estão botando a boca no mundo e lutando pelo seu direito de igualdade. No entanto, o desafio é muito grande. É necessário combater a cultura de submissão feminina tanto com punições legais mais enérgicas como com a conscientização da sociedade na própria mídia de massas, na escola, nos ambientes de trabalho e nas ruas. Só assim teremos uma era de justiça, paz e melhoria nas relações e realizações humanas.
#nãoénão.

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